Pular para o conteúdo principal

Datas idênticas 2001-2012: Eu Fui!


Onde você estava nas 12 datas idênticas dia-mês-ano deste século? Fucei nos arquivos, apertei a memória, cavuquei adoidado até que consegui lembrar o que eu fiz nessas datas que significam porra nenhuma. Coincidentemente passei todas as datas na minha cidade natal, Salvador, na Bahia. Olha a besteirada:

01/01/01
Segunda, 2001

O milênio começou numa segunda. A única lembrança que tenho é que, dentro do táxi, voltando pra casa do Reveillon na praia da Barra em Salvador-BA, acompanhado pela namorada da época, vi no celular dela, por acaso, o horário das 01h01min do dia 1/1/1. Havíamos brigado na festa, mas o mundo não acabou.

02/02/02
Sábado, 2002

02 de fevereiro, dia de Iemanjá. Mas nessa época eu ainda não frequentava a melhor festa do verão baiano. Dois dias depois do 1ª show da banda The Orange Poem (no extinto bar Café Cultura, no Rio Vermelho, na quinta 31/01), o dia em Salvador-BA foi dedicado a analisar a banda/show e os próximos passos, com direito a intensa psicologia pra convencer o guitarrista Fábio a dar mais uma chance para o baixista da época e para o pequeno e quente Café Cultura (não adiantou).

Formação da banda the orange poem
que fez o primeiro show em 2002

03/03/03
Segunda, 2003

Segunda-feira de Carnaval, último dia da festa pra mim. Não há registro específico desse dia, mas o carnaval de 2003 foi uma farra de cinco noites (começou na quinta 27/02) sem trégua na pipoca da Ondina, em Salvador-BA, na maioria dos dias na companhia do amigo irmão Rodrigo Minêu. Estava solteiro e com 22 anos, ou seja, como escrevi no finado fanzine Bundalêlê, “Carnaval é adolescer sem culpa”.

04/04/04
Domingo, 2004

Mantendo a tradição de exterminar o domingo por conta de estudo ou de trabalho, passei o dia inteiro em casa, em Salvador-BA, estudando para a matéria “Comunicação e Política”, do curso de Jornalismo na Facom/Ufba.

05/05/05
Quinta, 2005

Dia inteiro em Salvador-BA sofrendo com uma gripe pesada. E a quinta 5 acabou com um término; à noite, o namoro da época definitivamente acabou.

06/06/06
Terça, 2006

Em Salvador-BA, pela manhã, prova da matéria “Comunicação e Cultura Contemporânea”, do curso de Jornalismo na Facom/Ufba - era a terceira e última vez que faria essa matéria dada pela professora Itania Gomes. À tarde, visitei a amiga faconiana Marla Barata na casa dela, e a resenha foi até o início da noite, quando vimos o momento cabalístico das 6h6min6s do dia 6/6/6. O mundo não acabou.

07/07/07
Sábado, 2007

Dilúvio em Salvador-BA; dia inteiro hibernando com a namorada da época. E o melhor do sábado 7 foi a noite, no show de estreia da banda Cerveja Café (montada por mim), dos amigos Rodrigo Damati, Marceleza de Castilho e Felipe Dieder, no tosco e extinto Nhô Caldos. Filmei algumas músicas e vários amigos foram ao show, que acabou sendo uma grande noite de rock, chuva e muita curtição.


Registro da farra do 7/7/7

08/08/08
Sexta, 2008

O oito de agosto me persegue desde 1988. Mas, diferente de 1998, a data de hoje não me rendeu um poema. Em Salvador-BA, na franca produção do Prêmio Bahia de Todos os Rocks (1ª edição), pela manhã me reuni com o apoiador Mob Tour, e à tarde, junto com o então sócio Marcus Ferreira (Putzgrillo Cultura), nos reunimos com a assessoria de imprensa do projeto naquela edição. E a sexta 8 terminou no restaurante mexicano Tijuana, pra selar a paz de mais uma briga com a namorada da época.

09/09/09
Quarta, 2009

Pela manhã, em Salvador-BA, trabalhei em casa na edição dos textos do blog do amigo Miguel Cordeiro (que mais tarde formatei em um esboço de livro, que não foi à frente). À tarde, fui trabalhar na rádio Educadora FM, e produzi o programa Especial das Seis dedicado ao disco “Hein?”, da cantora Ana Cañas. E a quarta 9 foi finalizada em casa, na TV, assistindo ao jogo da seleção brasileira contra o Chile, que aconteceu no estádio de Pituaçu, em Salvador (não quis comprar o ingresso por causa da fila gigantesca).

10/10/10
Domingo, 2010

De bobeira em casa, navegando na internet, vi o momento singular das 10h 10min 10s do dia 10/10/10. O mundo continuou sem acabar. Típico domingão de sol lascando em Salvador-BA, fui à praia de Aleluia na companhia do casal Marcus Ferreira e Alana Barreto. Pra terminar o domingo 10, acompanhei-os no cinema do Iguatemi para assistir o ótimo “Tropa de Elite 2”.

11/11/11
Sexta, 2011

Um dia após a noite de estreia do Festival Brainstorm (única noite, a da quinta 10/11), acordei pilhado logo cedo para acompanhar a repercussão do evento na internet. Época muito difícil para minha família, com meu pai internado na UTI, levei e busquei mãe e irmã no hospital Jorge Valente, em Salvador-BA. À tarde, reunião Flica 2011 com a Berimbau Filmes, para análise do DVD oficial. E o fim da sexta 11 foi no hospital, contando as novidades do sucesso do Brainstorm para o meu pai (que ainda não estava inconsciente), trazendo mãe e irmã pra casa, capotando logo em seguida, exausto, triste, mas realizado.

12/12/12
Quarta, 2012

No dia em que o empresário Marcus Ferreira completou 29 anos, meu sócio na Putzgrillo Cultura de 2008 a 2012, véspera do 1 ano de falecimento de meu pai, Ildegardo Rosa, e 100 anos de Luiz Gonzaga, passei o dia inteiro trabalhando na prestação de contas da 2ª edição da Flica, a Festa Literária Internacional de Cachoeira. À noite, conferi os shows de Bruce Springsteen e Roger Waters no 121212 Concert ao vivo no Multishow - achei muito fraquinho, chapa branca total, e fui dormir.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dez passagens de Clarice Lispector nas cartas dos anos 1950 (parte 1)

Clarice Lispector (foto daqui ) “O outono aqui está muito bonito e o frio já está chegando. Parei uns tempos de trabalhar no livro [‘A maçã no escuro’] mas um dia desses recomeçarei. Tenho a impressão penosa de que me repito em cada livro com a obstinação de quem bate na mesma porta que não quer se abrir. Aliás minha impressão é mais geral ainda: tenho a impressão de que falo muito e que digo sempre as mesmas coisas, com o que eu devo chatear muito os ouvintes que por gentileza e carinho aguentam...” “Alô Fernando [Sabino], estou escrevendo pra você mas também não tenho nada o que dizer. Acho que é assim que pouco a pouco os velhos honestos terminam por não dizer nada. Mas o engraçado é que não tendo absolutamente nada o que dizer, dá uma vontade enorme de dizer. O quê? (...) E assim é que, por não ter absolutamente nada o que dizer, até livro já escrevi, e você também. Até que a dignidade do silêncio venha, o que é frase muito bonitinha e me emociona civicamente.”  “(...) O dinheiro s

Oito passagens de Conceição Evaristo no livro de contos Olhos d'água

Conceição Evaristo (Foto: Mariana Evaristo) "Tentando se equilibrar sobre a dor e o susto, Salinda contemplou-se no espelho. Sabia que ali encontraria a sua igual, bastava o gesto contemplativo de si mesma. E no lugar da sua face, viu a da outra. Do outro lado, como se verdade fosse, o nítido rosto da amiga surgiu para afirmar a força de um amor entre duas iguais. Mulheres, ambas se pareciam. Altas, negras e com dezenas de dreads a lhes enfeitar a cabeça. Ambas aves fêmeas, ousadas mergulhadoras na própria profundeza. E a cada vez que uma mergulhava na outra, o suave encontro de suas fendas-mulheres engravidava as duas de prazer. E o que parecia pouco, muito se tornava. O que finito era, se eternizava. E um leve e fugaz beijo na face, sombra rasurada de uma asa amarela de borboleta, se tornava uma certeza, uma presença incrustada nos poros da pele e da memória." "Tantos foram os amores na vida de Luamanda, que sempre um chamava mais um. Aconteceu também a paixão

Dez poemas de Carlos Drummond de Andrade no livro A rosa do povo

Consolo na praia Carlos Drummond de Andrade Vamos, não chores... A infância está perdida. A mocidade está perdida. Mas a vida não se perdeu. O primeiro amor passou. O segundo amor passou. O terceiro amor passou. Mas o coração continua. Perdeste o melhor amigo. Não tentaste qualquer viagem. Não possuis casa, navio, terra. Mas tens um cão. Algumas palavras duras, em voz mansa, te golpearam. Nunca, nunca cicatrizam. Mas, e o humour ? A injustiça não se resolve. À sombra do mundo errado murmuraste um protesto tímido. Mas virão outros. Tudo somado, devias precipitar-te — de vez — nas águas. Estás nu na areia, no vento... Dorme, meu filho. -------- Desfile Carlos Drummond de Andrade O rosto no travesseiro, escuto o tempo fluindo no mais completo silêncio. Como remédio entornado em camisa de doente; como dedo na penugem de braço de namorada; como vento no cabelo, fluindo: fiquei mais moço. Já não tenho cicatriz. Vejo-me noutra cidade. Sem mar nem derivativo, o corpo era bem pequeno para tanta