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Mostrando postagens de fevereiro, 2014

Meu Oscar 2014

Ano passado resolvi oficializar meus palpites e escolhas baseados nas indicações do Oscar (veja o post aqui ). Das oito categorias que palpito (Filme, Diretor, Ator, Atriz, Ator Coadjuvante, Atriz Coadjuvante, Roteiro Original e Roteiro Adaptado), acertei apenas 37,5% dos palpites ( Daniel Day-Lewis  por  Lincoln [ator], Tommy Lee Jones por  Lincoln [ator coadjuvante] e Chris Terrio por Argo [roteiro adaptado]). Mais discrepante ainda foi que das oito opções de " Meu Oscar ", nenhuma levou de fato (presença maciça da obra prima Amor ). Neste ano, o filme que me encantou foi Ela  ( Her ), de Spike Jonze , com destaque para os excelentes 12 anos de escravidão  ( 12 years a slave ), de Steve McQueen e Clube de Compras Dallas  ( Dallas Buyers Club ), de Jean-Marc Vallée. Dos indicados a melhor filme, saiu a grande injustiça: Joaquin Phoenix deveria ter sido indicado como Melhor Ator por Ela  ( Her ). Meu Oscar 2014 - Melhor Filme Ela ( Her ), de Spike Jonze

Vamos ouvir: Bora Bora Bora, do Bailinho de Quinta

Bora Bora Bora (2014), de Bailinho de Quinta Não consegue visualizar o player? Ouça aqui Release disponível no site da banda : A alegria dos antigos carnavais está de volta! As Marchinhas Carnavalescas povoaram as rádios, as ruas e os Bailes de carnaval entre as décadas de 30 e 60. Na Bahia, o carnaval ganhou novos contornos, modernizou-se, mas algo parece ter ficado de lado com tanta inovação. A partir de uma pesquisa musical e histórica o projeto Bailinho de Quinta promove em Salvador, desde 2009, bailes carnavalescos que rememoram as eternas marchinhas, acompanhando o movimento de releitura do antigos carnavais que vem acontecendo em cidades como Recife e Rio de Janeiro. Em um curto período de tempo, o Bailinho de Quinta foi acolhido pela critica e ganhou notoriedade levando a alegria de suas marchinhas aos Largos do Pelourinho, camarotes, praças, palcos e trios elétricos. Sucessos que marcaram a história da Música Brasileira, como “Aurora”, “Bandeira Branca”, “Ta-

Coleção Hélio Pólvora

Hélio Pólvora – fotos de Vinícius Xavier interferidas por Mirdad A Coleção Hélio Pólvora , uma realização da editora baiana Casarão do Verbo lançada em outubro de 2013, surgiu da sede de um leitor fã. Tinha lido a seleção de André Seffrin que saiu pela Global em 2011, e ansiava por conhecer os livros de contos de onde o crítico selecionou os quinze dessa edição, só que eles estavam fora de catálogo. Como assim? Hélio Pólvora , o melhor escritor baiano vivo, com livros indisponíveis (só em sebos ou emprestados ou os mais novos)? Idealizei então o projeto da coleção, com cinco livros sensacionais de contos: " Estranhos e assustados " (1966), " Noites vivas " (1972), " Massacre no km 13 " (1980), " O grito da perdiz " (1983) e " Mar de Azov " (1986). O mestre Hélio topou e revisou os cinco em tempo recorde, numa grande dedicação, em meados de 2012. E a produtora Edmilia Barros formatou o projeto e a editora inscreveu no edita

Composições de Emmanuel Mirdad: Last Fly

Mãe da Orange Poem , foi a primeira composição laranja, que originou o retorno de Mirdad às composições e à aventura de formar banda e tentar seguir carreira musical. Representa a jornada introspectiva de um ser angustiado, que se depara com a infância problemática. Foi a música mais conhecida da primeira fase Orange Poem , com destaque para o climão e os solos criados pelo guitarrista Fábio Vilas-Boas . A simplória passagem do acorde de F#m para F# é a grande onda da harmonia. Rajasí Vasconcelos , o primeiro baixista efetivo, criou uma linha de baixo tão íntima à canção que todos os baixistas que vieram depois tiveram de reproduzi-la – e fizeram com satisfação. O grande Raja participa da gravação com risadas psicodélicas floydianas. E as vozes fluidas do cantor e compositor Glauber Guimarães , esbarrando como ondas nas pedras dos tímpanos, vieram no EP Ground , lançado em janeiro de 2014 (e está presente no álbum Orange Poem , disponibilizado nas plataformas digitais em 2021) par

Estranhos e assustados, de Hélio Pólvora

Hélio Pólvora Foto: Vinícius Xavier | Arte: Mirdad Para Flávio Loureiro Chaves , "no mundo de Estranhos e assustados convivem o real e o fantástico, a transcrição do espaço regional e a sua transfiguração no plano do mito que justifica e ilumina a humana existência". Seguem abaixo as pílulas: Parte I Leia aqui "Distâncias significam chamados. E ai de quem não os atender: ficará sob forma de pendência, pelo resto da vida, o caminho que não foi trilhado, a chegada que não se consumou" ----------- Parte II Leia aqui "Ele trazia a cara de cavalo esticada e impassível, com o jeito orgulhoso de quem decidira voltar — e soubera voltar. Não desviava a cabeça para os lados; olhava à frente, como se no seu entender o mundo se resumisse a uma estrada" ----------- Parte III Leia aqui "O imaginário se robustece em ilhas paradisíacas. O Mal é o contrapeso de que se precisa para medir uma felicidade insuspeitada"

Estranhos e assustados, de Hélio Pólvora — Parte 03

Hélio Pólvora Foto: Vinícius Xavier | Arte: Mirdad "Aparecida era do mar. Gostava de olhar o mar, horas seguidas, sentada num rochedo ou na areia, joelhos dobrados, a cabeça pousada nos joelhos. Suponho que tirava sabedoria de seus mudos diálogos com o mar – mas o que esperava, afinal, que o mar lhe segredasse? Se nos escuta, coisa de que duvido, o mar nada responde, porque simplesmente existe, e sua existência tem provavelmente a idade da Terra e enche uma eternidade de monólogos. Quanto muito o mar lhe dirá: 'Não me pergunte, que de nada sei. Apenas sei que sou imemorial'. Aparecida voltava sempre com um doce sorriso de seus enlevos marinhos. Ou o mar lhe segredara algo em língua inaudível, ou a sabedoria estava apenas nela, e precisava apenas que uma onda a lambesse, para vir à tona" "A noite é uma tela negra, sem bordas nem fundo, e que de súbito se enche de movimento: imagens lentas, arrastadas, inaudíveis — um cinema sem som. Cenas em vagarosa su

Estranhos e assustados, de Hélio Pólvora — Parte 02

Hélio Pólvora Foto: Vinícius Xavier | Arte: Mirdad "Ele trazia a cara de cavalo esticada e impassível, com o jeito orgulhoso de quem decidira voltar — e soubera voltar. Não desviava a cabeça para os lados; olhava à frente, como se no seu entender o mundo se resumisse a uma estrada, uma linha reta traçada para que ele a percorresse com os pés descalços e as botinas penduradas na mão, até que a morte surgisse e o fizesse tombar com o baque pesado de um cavalo — ou de um cedro" "O demônio da solidão, porque até nas maiores calmarias ele reina, senhor absoluto da terra, atingia-o em cheio. Ai, ai, ai, queria gemer e sentia vergonha do vexame. Era mesmo o pior dos homens, a quem faltava companhia subserviente de cães, mas detestava bichos e gentes que a ele se apegassem, dispostos ao naufrágio conjunto. Ai, me larguem, costumava pensar, e ria da bravata. Me deixem afundar sozinho, que me recuso a levar mais remorsos" "Ideias tolas previnem emboscadas,

Composições de Emmanuel Mirdad: Rain

Fiel representante do melhor lado laranja, o psicodélico progressivo, é o principal blues em F#m da obra de Mirdad , sua canção predileta do repertório Orange Poem . O poema é um retrato da solidão de um ser por escolha, por exclusão, que não significa sofrimento e sim a sobrevivência de sua integridade e caráter – uma homenagem aos seres que não devem nada a ninguém. A composição foi gravada pela banda The Orange Poem  em 2004/2005, com destaque para os solos de Zanom  e a voz regravada pelo cantor e compositor Glauber Guimarães  em dezembro de 2013, para ser lançada virtualmente no EP Ground em janeiro de 2014 (e está presente no álbum Orange Poem , disponibilizado nas plataformas digitais em 2021). Ouça no YouTube aqui Ouça no Spotify aqui Ouça no YouTube Music aqui Ouça no Soundcloud aqui Ouça no Deezer aqui Ouça na Apple Music aqui Rain (Emmanuel Mirdad) BR-N1I-14-00003 I always loved Someone who never loved me They always were gone... Gone I never trust A