Pular para o conteúdo principal

Espalitando, de Paulo Bono

Paulo Bono
Foto: Divulgação | Arte: Mirdad

A primeira vez que ouvi falar sobre o cronista baiano Paulo Bono foi pelas recomendações sempre eficientes do grande fotógrafo Vinícius Xavier: "Man, vc precisa conhecer o blog Espalitando Dente". Só que desta vez não ouvi meu amigo e na correria das milhões de informações da contemporaneidade, perdi a dica.

Quando estive em Vitória-ES para ver a possibilidade de realizar uma festa literária por lá, o amigo escritor, dramaturgo e editor Saulo Ribeiro me presenteou com livros de sua editora, a Cousa. Um deles foi o "Espalitando", uma compilação dos melhores posts justamente do blog citado acima. Nada como um dia após o outro. Viciei no livro, pilulei adoidado no Facebook, consegui novos leitores para o comparsa Bono, e aqui segue a compilação das pílulas desse hilário (e reflexivo) livro:


Parte I
Leia aqui
"Quartos de hotel só servem para mostrar o quanto você é você só"

-----------

Parte II
Leia aqui
"É melhor fazer o que tem de fazer o quanto antes. Caso contrário, corre-se o risco de acostumar-se à infelicidade"

-----------

Parte III
Leia aqui
"O que tem para falar de alguém que toca triângulo? Eu estava observando. Dinheiro fácil do caralho"

Comentários

Ivan Castilho disse…
Virei, também, fã do homem. Muito bom.

Postagens mais visitadas deste blog

Oito passagens de Conceição Evaristo no livro de contos Olhos d'água

Conceição Evaristo (Foto: Mariana Evaristo) "Tentando se equilibrar sobre a dor e o susto, Salinda contemplou-se no espelho. Sabia que ali encontraria a sua igual, bastava o gesto contemplativo de si mesma. E no lugar da sua face, viu a da outra. Do outro lado, como se verdade fosse, o nítido rosto da amiga surgiu para afirmar a força de um amor entre duas iguais. Mulheres, ambas se pareciam. Altas, negras e com dezenas de dreads a lhes enfeitar a cabeça. Ambas aves fêmeas, ousadas mergulhadoras na própria profundeza. E a cada vez que uma mergulhava na outra, o suave encontro de suas fendas-mulheres engravidava as duas de prazer. E o que parecia pouco, muito se tornava. O que finito era, se eternizava. E um leve e fugaz beijo na face, sombra rasurada de uma asa amarela de borboleta, se tornava uma certeza, uma presença incrustada nos poros da pele e da memória." "Tantos foram os amores na vida de Luamanda, que sempre um chamava mais um. Aconteceu também a paixão

Dez passagens de Clarice Lispector nas cartas dos anos 1950 (parte 1)

Clarice Lispector (foto daqui ) “O outono aqui está muito bonito e o frio já está chegando. Parei uns tempos de trabalhar no livro [‘A maçã no escuro’] mas um dia desses recomeçarei. Tenho a impressão penosa de que me repito em cada livro com a obstinação de quem bate na mesma porta que não quer se abrir. Aliás minha impressão é mais geral ainda: tenho a impressão de que falo muito e que digo sempre as mesmas coisas, com o que eu devo chatear muito os ouvintes que por gentileza e carinho aguentam...” “Alô Fernando [Sabino], estou escrevendo pra você mas também não tenho nada o que dizer. Acho que é assim que pouco a pouco os velhos honestos terminam por não dizer nada. Mas o engraçado é que não tendo absolutamente nada o que dizer, dá uma vontade enorme de dizer. O quê? (...) E assim é que, por não ter absolutamente nada o que dizer, até livro já escrevi, e você também. Até que a dignidade do silêncio venha, o que é frase muito bonitinha e me emociona civicamente.”  “(...) O dinheiro s

Dez passagens de Jorge Amado no romance Mar morto

Jorge Amado “(...) Os homens da beira do cais só têm uma estrada na sua vida: a estrada do mar. Por ela entram, que seu destino é esse. O mar é dono de todos eles. Do mar vem toda a alegria e toda a tristeza porque o mar é mistério que nem os marinheiros mais velhos entendem, que nem entendem aqueles antigos mestres de saveiro que não viajam mais, e, apenas, remendam velas e contam histórias. Quem já decifrou o mistério do mar? Do mar vem a música, vem o amor e vem a morte. E não é sobre o mar que a lua é mais bela? O mar é instável. Como ele é a vida dos homens dos saveiros. Qual deles já teve um fim de vida igual ao dos homens da terra que acarinham netos e reúnem as famílias nos almoços e jantares? Nenhum deles anda com esse passo firme dos homens da terra. Cada qual tem alguma coisa no fundo do mar: um filho, um irmão, um braço, um saveiro que virou, uma vela que o vento da tempestade despedaçou. Mas também qual deles não sabe cantar essas canções de amor nas noites do cais? Qual d