Pular para o conteúdo principal

Discografia Emmanuel Mirdad: ID (2008), de Mirdad


Rock, groove, blues, pop e psicodelia, com participações de Hosano Lima Jr. e Artur Paranhos da Orange Poem, e Eric Gomes da Pedradura na guitarra. Composições de Emmanuel Mirdad com ele no vocal.



Ouça no Youtube aqui



Ouça no Soundcloud aqui


Release

Primeiro trabalho solo do compositor e escritor baiano Emmanuel Mirdad, traz cinco composições autorais com ele no vocal e violão, mesclando rock, groove, blues, pop e psicodelia. Formado por instintos, impulsos orgânicos e desejos inconscientes e regido pelo princípio do prazer, que exige satisfação imediata, o ID é a energia dos instintos em busca da realização desse princípio.

Foi pelo desejo em registrar suas músicas que Mirdad reuniu a cozinha da banda The Orange Poem, formada pelo baterista Hosano Lima Jr. e o baixista Artur Paranhos, de volta ao Submarino Studios de André Magalhães onde produziu sua estreia em disco com o projeto Pássaros de Libra oito anos antes. Completando a guiga, o amigo guitarrista Eric Gomes, que tinha acabado de entrar na banda Pedradura (formada após o término do Orange Poem em 2007 com Artur no baixo e o baterista Edu Marquéz).

O single “El’eu” (uma versão para “Madness”, da banda The Orange Poem) foi o único registrado no estúdio Casa das Máquinas, com participação de Tadeu Mascarenhas no piano rhodes e arbon, e do pai de Mirdad, Ildegardo Rosa (1931-2011), recitando trechos do poema. Composta e gravada especialmente para participar do V Festival de Música Educadora FM (2007), mistura braba de groove blues etéreo, com pitada de faroeste surf music e uma inusitada participação de pandeiro, o single “El’eu” foi selecionado entre as 50 (a concorrência foi cerca de 10 pra um), tocando na programação da rádio por meses. Este reconhecimento impulsionou o compositor a formar a banda Pedradura e a retornar à música depois do fim do grupo The Orange Poem (retomado em 2014).

Além de “El’eu”, destaque para as canções “Nu, Tempestade”, com a metaleira que gravou no disco da Pedradura (Medina, Gilmar Chaves, Eric Almeida e arranjo de Mirdad) e “O Milagre”, um blues nordestino composto para Zé Ramalho cantar. Completando o EP ID, a versão mais lenta e leve de “Antiga Poesia” (gravada no EP dos Pássaros de Libra - ouça aqui), uma das músicas prediletas de Mirdad, e “Fantoche”, uma homenagem à psicodelia sonora do poema laranja com mais uma participação de seu pai Ildegardo Rosa recitando no final.

Ficha técnica

01) Nu, Tempestade
      BR-N1I-08-00001

02) O Milagre
      BR-N1I-08-00002

03) El'eu
      BR-N1I-07-00012

04) Antiga Poesia
      BR-N1I-08-00004

05) Fantoche
      BR-N1I-08-00003

Composto e produzido por Emmanuel Mirdad

Mirdad: Voz, violão 12 cordas e sampler fx.1
Hosano Lima Jr.: Bateria
Artur Paranhos: Baixo
Eric Gomes: Guitarra (todas exceto fx.3)
Zanom: Guitarra (fx.3)
Tadeu Mascarenhas: Rhodes e arbon (fx.3)
Tito Menezes: Synth (fx.4) e sampler (fx.1)
Marcelo Medina: Trompete (fx.1)
Gilmar Chaves: Trombone (fx.1)
Eric Almeida: Saxofone (fx.1)
Fabrício Mota: Pandeiro (fx.3)

Arranjo sopro: Emmanuel Mirdad
Improvisação sopro: Eric Almeida, Gilmar Chaves e Marcelo Medina

Participação especial: Ildegardo Rosa (1931-2011), pai de Mirdad, recitando nas faixas 3 e 5

Gravado e mixado por Tito Menezes e masterizado por André Magalhães no Submarino Studios em janeiro e fevereiro de 2008, exceto "El'eu", gravada, mixada e masterizada por Tadeu Mascarenhas no estúdio Casa das Máquinas em 2007.

Contracapa



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dez passagens de Clarice Lispector nas cartas dos anos 1950 (parte 1)

Clarice Lispector (foto daqui ) “O outono aqui está muito bonito e o frio já está chegando. Parei uns tempos de trabalhar no livro [‘A maçã no escuro’] mas um dia desses recomeçarei. Tenho a impressão penosa de que me repito em cada livro com a obstinação de quem bate na mesma porta que não quer se abrir. Aliás minha impressão é mais geral ainda: tenho a impressão de que falo muito e que digo sempre as mesmas coisas, com o que eu devo chatear muito os ouvintes que por gentileza e carinho aguentam...” “Alô Fernando [Sabino], estou escrevendo pra você mas também não tenho nada o que dizer. Acho que é assim que pouco a pouco os velhos honestos terminam por não dizer nada. Mas o engraçado é que não tendo absolutamente nada o que dizer, dá uma vontade enorme de dizer. O quê? (...) E assim é que, por não ter absolutamente nada o que dizer, até livro já escrevi, e você também. Até que a dignidade do silêncio venha, o que é frase muito bonitinha e me emociona civicamente.”  “(...) O dinheiro s

Oito passagens de Conceição Evaristo no livro de contos Olhos d'água

Conceição Evaristo (Foto: Mariana Evaristo) "Tentando se equilibrar sobre a dor e o susto, Salinda contemplou-se no espelho. Sabia que ali encontraria a sua igual, bastava o gesto contemplativo de si mesma. E no lugar da sua face, viu a da outra. Do outro lado, como se verdade fosse, o nítido rosto da amiga surgiu para afirmar a força de um amor entre duas iguais. Mulheres, ambas se pareciam. Altas, negras e com dezenas de dreads a lhes enfeitar a cabeça. Ambas aves fêmeas, ousadas mergulhadoras na própria profundeza. E a cada vez que uma mergulhava na outra, o suave encontro de suas fendas-mulheres engravidava as duas de prazer. E o que parecia pouco, muito se tornava. O que finito era, se eternizava. E um leve e fugaz beijo na face, sombra rasurada de uma asa amarela de borboleta, se tornava uma certeza, uma presença incrustada nos poros da pele e da memória." "Tantos foram os amores na vida de Luamanda, que sempre um chamava mais um. Aconteceu também a paixão

Dez poemas de Carlos Drummond de Andrade no livro A rosa do povo

Consolo na praia Carlos Drummond de Andrade Vamos, não chores... A infância está perdida. A mocidade está perdida. Mas a vida não se perdeu. O primeiro amor passou. O segundo amor passou. O terceiro amor passou. Mas o coração continua. Perdeste o melhor amigo. Não tentaste qualquer viagem. Não possuis casa, navio, terra. Mas tens um cão. Algumas palavras duras, em voz mansa, te golpearam. Nunca, nunca cicatrizam. Mas, e o humour ? A injustiça não se resolve. À sombra do mundo errado murmuraste um protesto tímido. Mas virão outros. Tudo somado, devias precipitar-te — de vez — nas águas. Estás nu na areia, no vento... Dorme, meu filho. -------- Desfile Carlos Drummond de Andrade O rosto no travesseiro, escuto o tempo fluindo no mais completo silêncio. Como remédio entornado em camisa de doente; como dedo na penugem de braço de namorada; como vento no cabelo, fluindo: fiquei mais moço. Já não tenho cicatriz. Vejo-me noutra cidade. Sem mar nem derivativo, o corpo era bem pequeno para tanta