Pular para o conteúdo principal

Vamos ouvir: Vermelhos e Demais Matizes, de Gisele de Santi

Vermelhos e Demais Matizes (2013) - Gisele de Santi

Para ouvir, clique no player laranja abaixo, à esquerda do nome do álbum.



Não consegue visualizar o player? Ouça aqui

Release disponível no site da cantora:

"
Gisele De Santi – Vermelhos e Demais Matizes

Do vermelho-tinto de Maçã Última na sua dissonância e desassossego do peito aos azuis de Colors Colorindo na sua leveza melódica e alegria de um amor tranquilo. Das canções do repertório, dez são de autoria de Gisele, há também canções de Vitor Ramil – compositor gaúcho renomado nacionalmente, que empresta sua voz ao disco, em dueto com Gisele – e Fabricio Gambogi, talentoso compositor da novíssima MPB.

O disco tem a produção musical de Gilberto Ribeiro Jr e Fabricio Gambogi, que também foram os produtores do primeiro álbum da artista. Os percalços e dores do amor são a essência deste trabalho.  Sua abordagem do tema é ampla e sua assinatura absolutamente pessoal.

No encontro de sambas, bossas, r&b's e chamamés foi gravado o trabalho que refletia a diversidade de influências que a formaram artista. As novas composições de Gisele transitam com ainda mais propriedade pelos diversos universos da canção popular.

O trabalho atual, “Vermelhos e demais matizes”, foi financiado 100% pelo Catarse, plataforma de financiamento coletivo (crowdfunding), uma espécie de “vaquinha virtual” onde pessoas apoiam financeiramente projetos culturais em troca de recompensas que variam de acordo com o valor contribuído. Além disso, ela foi a primeira artista a inscrever mais de um projeto no Catarse. Inscreveu “Chama-me”, foi bem-sucedido e depois “Meridiano 50”. Para ela, “o financiamento coletivo é a forma do público decidir, sem imposições de mercado, o que quer ouvir e ver, o que realmente quer consumir da cultura. É também a forma do artista independente (que não tem contrato com gravadora) realizar seus projetos artísticos através da demanda direta do público. Dessa forma, o público também passa a ser um agente construtor da carreira do artista, um sócio da cultura. O artista faz sua arte para não sentir-se só. Para o artista independente, que constrói a carreira tijolo por tijolo, chegar ao prazo final de seu projeto e ler a frase “Este projeto foi bem-sucedido e foi financiado” é sentir que não está só e saber que outras muitas mãos também constroem esse edifício”.
"

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dez passagens de Clarice Lispector nas cartas dos anos 1950 (parte 1)

Clarice Lispector (foto daqui ) “O outono aqui está muito bonito e o frio já está chegando. Parei uns tempos de trabalhar no livro [‘A maçã no escuro’] mas um dia desses recomeçarei. Tenho a impressão penosa de que me repito em cada livro com a obstinação de quem bate na mesma porta que não quer se abrir. Aliás minha impressão é mais geral ainda: tenho a impressão de que falo muito e que digo sempre as mesmas coisas, com o que eu devo chatear muito os ouvintes que por gentileza e carinho aguentam...” “Alô Fernando [Sabino], estou escrevendo pra você mas também não tenho nada o que dizer. Acho que é assim que pouco a pouco os velhos honestos terminam por não dizer nada. Mas o engraçado é que não tendo absolutamente nada o que dizer, dá uma vontade enorme de dizer. O quê? (...) E assim é que, por não ter absolutamente nada o que dizer, até livro já escrevi, e você também. Até que a dignidade do silêncio venha, o que é frase muito bonitinha e me emociona civicamente.”  “(...) O dinheiro s

Oito passagens de Conceição Evaristo no livro de contos Olhos d'água

Conceição Evaristo (Foto: Mariana Evaristo) "Tentando se equilibrar sobre a dor e o susto, Salinda contemplou-se no espelho. Sabia que ali encontraria a sua igual, bastava o gesto contemplativo de si mesma. E no lugar da sua face, viu a da outra. Do outro lado, como se verdade fosse, o nítido rosto da amiga surgiu para afirmar a força de um amor entre duas iguais. Mulheres, ambas se pareciam. Altas, negras e com dezenas de dreads a lhes enfeitar a cabeça. Ambas aves fêmeas, ousadas mergulhadoras na própria profundeza. E a cada vez que uma mergulhava na outra, o suave encontro de suas fendas-mulheres engravidava as duas de prazer. E o que parecia pouco, muito se tornava. O que finito era, se eternizava. E um leve e fugaz beijo na face, sombra rasurada de uma asa amarela de borboleta, se tornava uma certeza, uma presença incrustada nos poros da pele e da memória." "Tantos foram os amores na vida de Luamanda, que sempre um chamava mais um. Aconteceu também a paixão

Dez poemas de Carlos Drummond de Andrade no livro A rosa do povo

Consolo na praia Carlos Drummond de Andrade Vamos, não chores... A infância está perdida. A mocidade está perdida. Mas a vida não se perdeu. O primeiro amor passou. O segundo amor passou. O terceiro amor passou. Mas o coração continua. Perdeste o melhor amigo. Não tentaste qualquer viagem. Não possuis casa, navio, terra. Mas tens um cão. Algumas palavras duras, em voz mansa, te golpearam. Nunca, nunca cicatrizam. Mas, e o humour ? A injustiça não se resolve. À sombra do mundo errado murmuraste um protesto tímido. Mas virão outros. Tudo somado, devias precipitar-te — de vez — nas águas. Estás nu na areia, no vento... Dorme, meu filho. -------- Desfile Carlos Drummond de Andrade O rosto no travesseiro, escuto o tempo fluindo no mais completo silêncio. Como remédio entornado em camisa de doente; como dedo na penugem de braço de namorada; como vento no cabelo, fluindo: fiquei mais moço. Já não tenho cicatriz. Vejo-me noutra cidade. Sem mar nem derivativo, o corpo era bem pequeno para tanta